Orquestra de Afectos
"Bom dia, bom dia, olá como estão?” É o tema de entrada da saudação que fazemos, entre outras e variadas propostas expressivo-musicais, às crianças e profissionais educativos que integram o recente programa Orquestra de Afectos, em cinco jardins de infância pertencentes a escolas onde a Orquestra Geração tem implementados os seus núcleos orquestrais.
Desde janeiro de 2019 que a Orquestra de Afectos tem o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian através da iniciativa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social, em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras e os agrupamentos correspondentes, nomeadamente o de Carnaxide-Portela (com os jardins de infância Amélia Vieira Luís e Tomás Ribeiro, Oeiras) e o agrupamento Almeida Garrett (jardim de infância do Alto do Moinho, Amadora).
A Orquestra de Afectos decorre ainda no Jardim de Infância da Alta de Lisboa (Agrupamento Pintor Almada Negreiros), com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e no jardim de infância Miguel Torga, no agrupamento Miguel Torga (Amadora).
Cerca de 280 crianças entre os 3 e os 5 anos participam nas sessões semanais que a Orquestra de Afectos leva às escolas, explorando a relação entre a música, o desenvolvimento emocional e a comunicação positiva na comunidade escolar. Além das canções, lengalengas e jogos, as crianças têm também a oportunidade de explorar pequenos instrumentos musicais, ouvir um repertório variado e aventurar-se de formas diversas no complexo universo das emoções. O trabalho tem sido feito com a participação permanente das educadoras e auxiliares educativas, que são parte integrante do processo, mas também com os pais que têm vindo partilhar nas sessões os seus acervos musicais, não só através de canções, mas também do património instrumental relativo às suas origens culturais.
Têm-se vivido momentos de intensa partilha, promovendo e privilegiando a escuta – aos sons, às emoções e aos sentimentos, o sentir em grupo o lugar de cada um – em roda e no cruzamento de mãos e olhares, introduzindo uma vivência estética fundamental a um crescimento pleno, em contextos marcados por diferenciação negativa, por dificuldades relacionais, que condicionam e por vezes comprometem o percurso escolar destas crianças. Dar espaço à beleza dos sons, das cores, das sensações no processo de acolhimento e crescimento nas nossas escolas, que se quer e precisa hamonioso, criando memórias estruturantes, nas quais a música desempenha um papel fundamental.