Notícia A Orquestra Geração participou no II Congresso Mundial El Sistema, que se realizou na Venezuela

13/11/2023

De 9 a 23 de setembro de 2023, a Orquestra Geração esteve presente no II Congresso Mundial El Sistema, na Venezuela, que, este ano, comemorou o legado do Maestro José António Abreu, fundador do El Sistema.

Promovido pelo El Sistema, a iniciativa promoveu um espaço para o fortalecimento de laços de cooperação e solidariedade entre os programas de todo o mundo inspirados na metodologia, abordando, através de formações, workshops, debates, tópicos de interesse que auxiliam no desenvolvimento de modelos de formação.

Além da presença de Juan Maggiorani e Helena Lima, os jovens João Salvador e Daniela Brito viajaram mais cedo para a Venezuela para participar no Congresso enquanto músicos da Orquestra Mundial El Sistema, composta por cerca de 120 elementos.

 

“Foi a melhor experiência musical da minha vida”

Para João Salvador, participar no II Congresso Mundial do El Sistema foi a melhor experiência musical da sua vida. “Posso dizer que nunca tive num encontro de músicos internacionais tão marcante. Tivemos a oportunidade de assistir a concertos de Orquestras Infantis, Juvenis e profissionais da Venezuela, mas também visitámos galerias e museus. Aprendi imensa coisa a nível musical e técnico, com a professora de trompa e com os professores de metais, que foram uma mais-valia para nos ajudarem a concretizar com sucesso todas as peças propostas para os concertos”, explica.

Já para Daniela Brito, participar no congresso “foi uma honra”. “Consegui experienciar de perto aquilo que sempre ouvi a minha vida toda, ir ao lugar onde tudo começou e ver todas as inspirações dos projetos. Nesta experiência tive a oportunidade de conhecer pessoas de todo o mundo, de culturas completamente diferentes da minha, e realmente de percepcionar o poder da música e a sua capacidade de aproximar as pessoas”, aponta.

Durante a primeira semana do congresso, de 9 a 16 de setembro, os jovens foram  recebidos com um concerto de música tradicional venezuelana nos corredores do Centro Social Ação pela Música. Além dos vários ensaios de preparação para o grande concerto, que teve lugar na Sala de Simón Bolívar, no dia 24 de setembro, os jovens tiveram a oportunidade de visitar alguns locais da cidade de Caracas e de ver o ballet Giselle, na sala Teresa Carreño.

Daniela Brito relembra que “a língua não foi um impedimento para nos entendermos uns aos outros. Depois de dois dias a tocar e a conviver, tivemos a sensação de que já nos conhecíamos há séculos. É difícil de explicar este fenómeno, mas é mesmo verdade. Sinto que conseguimos criar algo mágico em termos de aproximação e conexão e, em termos musicais, isso acabou por se demonstrar também”.

Durante a segunda semana, de 17 a 24 de setembro, os participantes assistiram a concertos da Orquesta Sinfónica Juan José Landaeta, Orquesta Sinfónica Símon Bolívar, Orquesta de Câmara Símon Bolívar, Orquesta Nacional Infantil de Venezuela, Coro Nacional Símon Bolívar, Coro de manos blancas e Ensemble Lara Somos, que, para Daniela, “alegraram sempre todas as nossas noites”. Para a jovem, “conseguimos explorar as nossas capacidades musicais, mas mais importante ainda desenvolvemos as nossas capacidades sociais e empáticas”.

“Participar na Orquestra Mundial foi um dos pontos altos do Congresso. Consegui ver que a perseverança, trabalho em equipa e dedicação podem culminar num momento mágico de partilha e paixão pela música, onde as diferenças não são uma barreira, mas sim uma mais-valia”, conclui a jovem, que acredita que não existem impossíveis. “Se acreditarmos, lutarmos e tivermos respeito pelo outro, tudo se pode concretizar”.