Notícia A Orquestra Geração assume uma nova direção

No dia 12 de outubro uma nova direção da Associação das Orquestras Sinfónicas Juvenis Sistema Portugal tomou posse na Escola de Música do Conservatório Nacional. Após 15 anos a liderar o projeto, António Wagner Diniz deixa o projeto que viu nascer, passando a pasta da direção ao seu braço direito, Helena Lima, antiga Vice-Presidente da Orquestra Geração.
A esta nova direção junta-se Sandra Martins, professora no projeto desde 2007, como Vice-Presidente. Bruno Santos, Juan Maggiorani e Jorge Miranda mantêm as suas posições na direção, como Tesoureiro e Vogais, respetivamente.
António Wagner Diniz dirigiu a Orquestra Geração desde o primeiro dia, em 2007. Em 15 anos, o fundador do projeto liderou e fez crescer aquele que foi considerado, em 2013 e 2014, uma das 50 melhores práticas de inclusão e desenvolvimento, de toda a União Europeia.
O lema característico da Orquestra Geração “Mais do que músicas tocamos vidas” não retrata apenas a vida das crianças e jovens do projeto, mas também a dos seus professores.
Helena Lima, Presidente da Orquestra Geração
“O maior contributo pessoal que o professor Wagner me transmitiu foi a resiliência face às adversidades, mantendo o foco nos objetivos a concretizar e na atenção e necessidade de renovação/atualização dos projetos em curso. Para o projeto, o professor Wagner foi o motor de crescimento. Por um lado, foi absolutamente fundamental todo o trabalho que desenvolveu na identificação de parceiros que pudessem dar suporte e sustentabilidade à Orquestra Geração, no seu todo, e aos múltiplos projetos que foram surgindo. Por outro lado, teve um papel marcante no desenvolvimento artístico do programa, alicerçado numa profunda cultura, não somente musical, mas também geral”.
Sandra Martins, Vice-Presidente da Orquestra Geração
“O professor Wagner é, sem dúvida, uma pessoa influenciadora pois com um projeto tão grande em mãos como a Orquestra Geração, que cresce de ano para ano, consegue manter a atividade de professor proporcionando o melhor para os seus alunos. Ao longo de todos estes 15 anos teve sempre como objetivo crescer, não só no número de alunos, mas também em outros projetos, como o GeraJazz, as Orquestra Municipais e a Orquestra de Afectos. Sem a ideia do professor Wagner, o projeto nunca teria nascido! Ele é uma pessoa que ouve, confia e partilha ideias com os professores, põe estratégias em prática, procurando sempre o melhor para a classe docente, alunos e colaboradores. Acho que acreditar e confiar na equipa que tem é sem dúvida um dos maiores contributos do professor Wagner para a Orquestra Geração”.
Juan Maggiorani, diretor artístico da Orquestra Geração e professor de violino, naipe e orquestra.
“O professor Wagner sempre teve a visão e o compromisso de querer desenvolver mais a prática orquestral em Portugal. Penso que encontrou um caminho belíssimo para o fazer porque apostar neste tipo de projetos sociais através da prática orquestral não só é um meio de poder chegar, desenvolver e resgatar as crianças e adolescentes mais vulneráveis, mas é também um resgate, um desafio e um desenvolvimento pedagógico e humano para todos os professores. O maior contributo do professor Wagner, na minha opinião, foi estar sempre aberto a ouvir e apoiar as iniciativas, ideias e necessidades dos professores, alunos, direção para em todo momento tentar acrescentar algo novo ao projeto de uma maneira inovadora, criativa, desafiante e assim conseguir um projeto sólido com bons resultados”.
Jorge Miranda, 2º Vogal da Orquestra Geração
"O professor António Wagner é motivo de inspiração e orgulho para todos nós e para mim muito particularmente. Foi um privilégio trabalhar com ele e com a equipa que liderou para fazer crescer e alimentar esta ideia desde o início. Todos estes anos depois, o simples facto de a Orquestra Geração continuar a existir com a mesma dimensão e alcance social é prova de sabedoria, intenso e dedicado trabalho, vontade inquebrantável, busca incessante de meios e resiliência sem limites. Carateres duma personalidade forte, espelhada e suportada numa equipa que terá a partir de agora a responsabilidade de honrar este percurso e continuar a desafiar limites e construir, nos dias cinzentos que atravessamos, a utopia social da igualdade.
Bem haja Wagner. Well done!"
Margarida Abrantes, professora e ex-aluna da Orquestra Geração.
“Sem dúvida que todos nós, que de alguma forma fazemos parte da Orquestra Geração, seja como professores, alunos, encarregados de orquestra e até as famílias que acabam por estar envolvidas, temos de estar bastante agradecidos ao professor Wagner por ter tomado a iniciativa de, há 15 anos, iniciar este projeto, que foi pioneiro em Portugal. Eu penso que falo por mim, e pela maior parte dos meus colegas, quando digo que a Orquestra Geração teve um impacto muito positivo na minha vida porque é um «sítio» onde nos sentimos bem e onde somos valorizados, sendo esse valor atribuído não só à música que fazemos, mas também, e especialmente, à nossa personalidade e aos nossos valores. A nível profissional, estou bastante agradecida por todas as oportunidades que a Orquestra Geração me tem proporcionado e ainda mais feliz agora por poder ser professora no projeto e transmitir às novas gerações o que me foi ensinado. Acredito que a coragem e a ambição do professor Wagner foram cruciais para o crescimento do projeto e para podermos ter chegado onde estamos hoje. Desde sempre que me lembro dos discursos do professor Wagner em como o ano letivo seguinte era ainda uma incógnita e nós, alunos, sempre com receio que no ano seguinte já não houvesse Geração e que os ensaios de sábado de manhã, que muitas vezes eram o ponto alto da nossa semana (apesar de termos de acordar cedo a um sábado), já não iam existir. Apesar disso, o professor Wagner conseguia arranjar sempre alguma forma de contornar a situação e de conseguir mais apoios, fazendo parecer uma tarefa fácil. Por essa razão, temos mesmo muito a agradecer-lhe por tudo o que fez pelo projeto e consequentemente tudo o que fez pelos milhares de crianças que dele já fizeram/fazem parte”.
Telmo Martins, ex-aluno da Orquestra Geração
“A nível profissional, visto que segui música, sempre tive e terei uma admiração pelo trabalho feito por cada membro da Orquestra Geração. E, neste caso, o papel do professor António Wagner foi sem dúvida um que impulsionou a minha procura pela excelência! Tive o prazer de ouvi-lo cantar e saber que um músico pode ser versátil ao ponto de transmitir tanto com a música, assim como com palavras, simplesmente abre portas a qualquer aluno que o conheça.
Por outro lado, a nível pessoal, o papel do professor na gestão e procura pelo sucesso da Orquestra Geração apenas por mim foi compreendido nos dias de hoje, onde eu mesmo tenho de estar constantemente a criar conexões novas e dar a conhecer o meu trabalho. É incrivelmente louvável todo o trabalho realizado assim como o seu tempo dedicado à Orquestra Geração, e, mais do que o projeto, a cada criança (onde estou sem dúvidas incluído) a quem ele inspirou e inspira.
Acredito piamente que o seu maior contributo à orquestra é para lá do que palavras possam descrever. Hoje valorizo tempo acima de tudo e posso dizer que isso foi o que o professor ofereceu à orquestra. O seu tempo a sua boa vontade e a sua perseverança de querer que o projeto ganhasse assas e que a música pudesse atingir crianças que de outra forma seria impossível. E, claramente, foi bem conseguido mesmo ano após ano a orquestra ter de lutar por uma continuação certa a cada início do ano escolar.
Agradeço tudo o que me foi passado enquanto membro da Orquestra e sem dúvidas que quando digo orgulhosamente que iniciei o meu percurso musical na Orquestra Geração grande parte dos meus valores vem de pessoas como o professor António Wagner Diniz”.