Notícia Entrevista a Helena Lima, Presidente da Orquestra Geração

Em entrevista, a Presidente da Orquestra Geração reconhece os sucessos alcançados pelo projeto, que este ano celebra o seu 15º aniversário, e partilha a visão da nova direção. 

1. Qual o balanço que faz do trabalho desenvolvido pela Orquestra Geração?

O balanço é muito positivo. São poucos os projetos que têm esta longevidade e que conseguiram sedimentar os nossos processos de ação, a nossa metodologia e de ter um acompanhamento ao longo do tempo de muitos, muitos jovens. O projeto Orquestra Geração ajudou, de facto, a construir percursos de vida e a dar perspetivas e novos horizontes. Além daquilo que é mais evidente, como a criação e reforço das soft skills, a motivação, o foco e a vontade de prosseguir estudos em alunos que não tinham essas perspetivas, e, claro, os resultados musicais que se têm atingido.

Entre todos os programas do Sistema Europa, a Orquestra Geração é vista como um modelo a seguir e é requisitada para marcar presença nos projetos dos outros sistemas. Por exemplo, os nossos formadores e diretores são solicitados para darem workshops de consultoria no desenvolvimento metodológico e no repertório em outros Sistemas, que são aspetos extremamente relevantes.

Reconhecemos, também, que a missão tem sido cumprida nos alunos que já passaram pelo projeto. Fica o espírito de grupo, família, a sensação de “casa” que os acolheu e onde eles se sentem bem.

 

2. Qual a visão da nova direção para a Orquestra Geração?

Os nossos objetivos sociais e musicais mantêm-se. Esta direção apostará na continuidade. Queremos formar mais, continuar com a nossa missão, valores e visão. Gostaríamos de expandir a nível nacional e cumprir esse desejo estipulado desde o início, mas acreditamos que seria apenas possível se houvesse uma maior estrutura e uma descentralização na gestão, com direções regionais. Gostávamos de conseguir mobilizar outras escolas públicas do ensino da música a terem o seu projeto social no modelo da Orquestra Geração para podermos trabalhar em cooperação, criando uma rede que permita o trabalho articulado e que até poderia possibilitar o intercâmbio entre os alunos.

Gostávamos de dar ainda mais espaço aos nossos alunos seniores, que têm já muito a ensinar aos mais novos, graças às suas experiências adquiridas no projeto. Faz ainda parte dos nossos desejos que estes alunos pudessem ter, também, espaço e ferramentas para criar os seus próprios projetos, sem descontinuar, claro, o trabalho nos territórios.

 

3. Como gostariam que a Orquestra Geração fosse conhecida e reconhecida?

Que fosse conhecida e reconhecida por aquilo que é. Um projeto de intervenção que, através da música e da prática orquestral, tem uma capacidade de mudança nas vidas que impacta.