Notícia Entrevista a Elena Probst, Presidente da Fundação Share

Apoia o projeto desde 2014. Como descobriu a Orquestra Geração e porque decidiu apoiar o projeto?

A minha descoberta pela Orquestra Geração tem uma história curiosa: foi na garagem da Fundação Gulbenkian que vi pela primeira vez uma carrinha com a escrita “ Orquestra Geração”. Dado ser noite de concerto, achei que se tratasse de alguma associação de músicos da denominada “ terceira idade” a assistir… e o assunto ficou por aí.

Por outro lado, e antes desse encontro na garagem, já me tinha debruçado sobre as líneas orientadoras do El Sistema da Venezuela de intervenção social através da música, sonhando que talvez um dia fosse possível existir algo parecido em Portugal.

Qual não foi o meu espanto quando descobri (não recordo qual foi a origem da informação) que a Orquestra Geração não só era formada  por jovens e das mais variadas origens, mas era também a réplica portuguesa do El Sistema. O sonho fez-se realidade em 2014.

 

Apoia alguns dos nossos alunos no prosseguimento dos seus estudos. Qual o balanço que faz de alguns dos casos?

Todos os alunos e todas as alunas que apoiei, e atualmente apoio, deram provas do sucesso do projeto Orquestra Geração, quer ao nível pedagógico, quer ao nível da formação musical. Cada um tem e teve diferentes níveis de resposta perante os desafios do dia a dia e das exigências académicas. Em comum têm um enorme espírito de resiliência: quer se tornem estrelas ou não, o mais importante é a capacidade adquirida para enfrentar desafios.

 

Quais foram os momentos mais gratificantes desde que começou a apoiar o projeto?

Foram muitos, mas quero destacar dois pela importância que revestem no reconhecimento do projeto e na necessidade da sua continuação: a condecoração da Orquestra Geração pela Assembleia da República, com a medalha de ouro no 50º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos, em 2018, e, em 2021, a recomendação da Assembleia da República ao Governo para que seja garantido o apoio plurianual ao projeto. 

 

Como gostava de ver a Orquestra Geração no futuro?

Por um lado, gostava que o espírito da Orquestra Geração se espalhasse por todos os agrupamentos escolares do país, criando pontes onde existem muros e, pelo outro, que dentro da Orquestra Geração se conseguisse formar uma orquestra, talvez de formato mais pequeno, auto-sustentável e de nível profissional. Teríamos aqui as duas caras do projeto: a intervenção social e a excelência do ensino musical. Talvez um dia…