Notícia Entrevista a Diogo Moura, Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa

De que forma a Câmara Municipal de Lisboa contribui para o desenvolvimento de projetos de intervenção social?

A Cultura, em todas as suas manifestações artísticas, contribui transversalmente para as diferentes dimensões do desenvolvimento, ao nível social, económico e ambiental. A Cultura pode desempenhar um papel fundamental como agente provocador de processos de mudança social. A Cultura pode combater estigmas, injustiças sociais e económicas, consciencializar sobre os direitos humanos e promover a cidadania.

A Câmara Municipal de Lisboa contribui para o desenvolvimento de projetos de intervenção social de forma direta e indireta. Diretamente, através de projetos pensados estrategicamente e adaptados às várias realidades e promovidos pelos equipamentos e serviços culturais. E indiretamente, através do apoio e facilitação do trabalho dos agentes culturais que promovem o acesso de todos à cultura, à inclusão e à participação, em todas as faixas etárias.

Esta ação é concretizada de várias formas, desde a instalação de equipamentos e serviços por todo o território da cidade, à programação em espaço público, à realização de modelos participativos de criação e programação cultural, incluindo a mobilização de minorias, ao reforço da ligação entre a arte e educação, à diminuição de barreiras físicas, intelectuais e sociais que impedem a fruição da cultura.

Nos últimos anos, têm sido criados projetos muito significativos com metodologias participativas através das quais a população não profissional é envolvida nos processos de criação ou programação artística. A título de exemplo são de referir projetos como Os Visionários ou Meio no Meio, ambos dinamizados pela Biblioteca de Marvila, Vidas e Memórias de Bairro, o bilhete solidário no São Luiz Teatro Municipal, o Festival Todos, ou o Festival Muro da Galeria de Arte Urbana.

 

Qual é a sua opinião sobre a importância do projeto Orquestra Geração no panorama dos projetos de intervenção social?

A Orquestra Geração constitui um dos melhores exemplos do que se pode fazer na interseção da Cultura e da intervenção social. A comprová-lo o facto de terem sido já reconhecidos com a atribuição de vários prémios.

Conjuga a qualidade musical e a capacidade de formação musical dos jovens com a integração social. A reunião de jovens de diferentes origens em torno de um projeto comum, permite o acesso a novos palcos, equipamentos, cidades e novos horizontes.

 

Como gostava de ver a Orquestra Geração no futuro?

No imediato gostaria de poder aumentar o número de alunos que têm acesso a este projeto, começando por criar uma ala de percussão na Alta de Lisboa. Neste momento, muitos jovens desta zona da cidade têm de deslocar-se a Marvila para usufruir deste projeto.

A longo prazo, gostaria de ver a Orquestra Geração crescer ainda mais, contaminar outras cidades e muito mais jovens. A Orquestra Geração tem a qualidade e o mérito para ganhar cada vez maior reconhecimento a nível internacional.