Notícia Conheça Marta Domingues e Ale Damasceno, a segunda dupla do B-Me.

Marta Domingues e Ale Damasceno são a segunda dupla de músicos por detrás do projeto B-Me, um projeto cofinanciado pela União Europeia e que associa compositores locais a músicos refugiados ou migrantes para cocriar composições musicais originais que fazem a ponte entre as diferentes identidades culturais.

Fomos conhecer os músicos para perceber quais foram as suas motivações para integrarem este projeto, bem como as suas expectativas para o resultado final. 

 

Marta Domingues

“A proposta surgiu através do contacto da Orquestra Geração com a Escola Superior de Música de Lisboa. Aceitei o projeto devido ao seu cariz desafiante e criativo. Para mim, é muito importante a criação de uma arte participativa, em que se dá oportunidade às pessoas para se poderem relacionar com ela com entusiasmo. No caso, o trabalho com a Orquestra Geração é particularmente interessante, pois dá-nos a possibilidade de abrir horizontes dentro da própria música, quebrar barreiras sociais, geográficas e artísticas.

Espero que o trabalho com a Orquestra resulte numa experiência divertida, não só para mim como compositora e através da colaboração com Ale Damasceno (Brasil), mas principalmente para as crianças e jovens que toquem a música. Que as relações que criem com os seus instrumentos sejam de intimidade e que daí nasça uma vontade de exploração. Que não haja limites para que a música envolva todos os que integram o projeto e os que o assistirão”.

Biografia:

Marta Domingues (2000) é licenciada em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com Carlos Caires, Carlos Marecos e Jaime Reis, atual orientador, com Annette Vande Gorne (Bélgica), do seu mestrado em Composição na mesma instituição.

Colabora na organização do Festival DME e Lisboa Incomum desde 2020.

A sua música tem sido apresentada em contextos como: DME / Lisboa Incomum, Música Viva/ Oculto d’Ajuda, Aveiro Síntese, BoCA – Biennal of Contemporary Arts/ Teatro São Carlos, Sonorities Belfast, Espace du Son (Bruxelas), International Confederation of Electroacoustic Music, Monaco Electroacoustique. Em 2022 a sua obra "How to Plant a Sound" foi estreada na Young Euro Classic (Berlim) pela Jovem Orquestra Portuguesa.

Foi-lhe atribuída uma menção honrosa no concurso Métamorphoses 2020 (Bélgica) e foi premiada no concurso Young Lion*ess of Acousmatic Music (Áustria, 2022).

A sua música está publicada pela Influx/ Musiques et Recherches (Bélgica) e edições DME/Lisboa Incomum.

 

Ale Damasceno

“Fui indicado pelo Carlos Garcia, pois além de outros projetos em comum, toco com ele na Orquestra Todos, a qual além de pianista, é o maestro e coordenador. A partir daí, fui contactado pela Helena, e no dia seguinte já estávamos reunidos para tratar das assinaturas.

Desde quando soube sobre o que trata o projeto, fiquei muito empolgado em poder participar, pois como imigrante, professor de música e performer, compreendo a importância em expandirmos as nossas fronteiras, e levar o que para nós é tão valioso: a música, e compartilhá-la com o máximo de pessoas possível.

Espero poder ajudar a compositora com a bagagem que trago e assim conseguirmos obter um resultado que ao tempo seja interessante e novo para os alunos”.

Biografia:

Mestre em Música pela UNICAMP na área de Performance Musical, Especialista em Docência no Ensino Superior pela FMU e Bacharel em Música – instrumento bateria – pela Faculdade de Artes Alcântara Machado. Atualmente é doutorando em Artes Musicais – Performance, pela Universidade Nova de Lisboa. Possui mais de 20 anos de experiência como performer e professor e lecionou em instituições de ensino reconhecidamente relevantes no cenário acadêmico de São Paulo (Brasil), como a Faculdade de Artes Alcântara Machado, Faculdade Santa Marcelina e Fundação das Artes de São Caetano do Sul.

Participou como baterista da gravação de diversos CDs/DVDs de música popular e instrumental brasileira, entre eles o DVD da cantora Zizi Possi: “Para Inglês Ver e Ouvir”, indicado ao Prêmio TIM 2006, os CDs “Nem” e “Emily” do cantor e compositor Cid Campos (filho do poeta Augusto de Campos) e o CD “Piratininga”, do grupo de música instrumental brasileira Aquilo Del Nisso. Como produtor e baterista, participou do CD “Eu e Ela” do compositor Joel Damasceno e da cantora Daniella Alcarpe.

Realizou atuações em concertos e/ou gravações com artistas como: Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Jaques Morelenbaum, Guinga, Gal Costa, Luiz Melodia, Jonhy Alf, Olívia Byington, Tetê Espíndola, Lucinha Lins, Célia, Virginia Rosa, Vanessa da Matta, Paula Lima, Phil deGreg (EUA), Vincent Gardner (EUA), Miles Osland (EUA), Jaques, Henry Greindl (Bélgica), Eva Jagun (Alemanha), Iva Bittova (Checoslováquia), entre outros. Com orquestras e Big Bands já participou como convidado da Orquestra Jazz Sinfônica de Diadema, Orquestra Filarmônica de São Caetano do Sul, Orquestra Bachiana, Sinfônica de Heliópolis, Balé Folclórico do Estado de São Paulo (Abaçaí) e Grupo Comboio. Foi colunista da revista especializada Modern Drummer Brasil.

É investigador da chamada “Bateria Brasileira” e autor do livro: A Batucada Fantástica de Luciano Perrone: sua performance musical no contexto dos arranjos de Radamés Gnattali, lançado pela editora letã OmniScriptum. Atualmente finaliza o método intitulado Brazilian Grooves, ao lado de Flávio Barba (guitarra) e Marinho Andreotti (contrabaixo), também o primeiro álbum do Cosmo Sound Collective, ao lado do saxofonista Giualino Pereira (Londres), com composições inéditas de Hermeto Pascoal, e é integrante da Orquestra TODOS, formação esta que conta com músicos de mais de 10 países e desenvolve um repertório voltado à música mundial.